Por Rickellmy Santos e Walter Afonso
Histórias de casais que vivem, em casa, a maior rivalidade do futebol do Norte
Para os casais paraenses, torcer pelo Remo ou pelo Paysandu pode fortalecer os laços, criando momentos de união durante os jogos e celebrações. Mas o clássico Re-Pa também pode gerar conflitos e tensões, colocando em risco a harmonia nos relacionamentos.
Discussões acaloradas, provocações nas redes sociais e as rivalidades familiares muitas vezes testam a resiliência dos casais. Enquanto a paixão pelo futebol pode ser uma força de união, ela também tem o potencial de separar amores. As histórias desses casais refletem como o amor e a rivalidade se entrelaçam.

Gleison Moreira e Selma Brabo consideram que é preciso combinar respeito e rivalidade. Para Gleison, é “Normal, porque um respeita o outro”. Selma retruca: “Ele se empolga demais e provoca muito. Ainda é difícil tornar a casa toda remista, sendo eu bicolor”. Vitor Hugo e Letícia experimentam algo semelhante. “Geralmente assistimos juntos, então é um dia bem divertido”, observam. No entanto, após a partida, as coisas podem parecer bem tensas.
Futuro da torcida
Quando se trata de transmitir a paixão pelo futebol para a próxima geração, Moreira e Brabo refletem a força da rivalidade entre Remo e Paysandu. Gleison, torcedor fervoroso do Remo, acredita que, se tiverem filhos, a escolha será natural: seu futuro herdeiro ou herdeira vai torcer para o Remo. Selma, sendo torcedora do Paysandu, reconhece que a influência do pai pode pesar na escolha do time da criança, mostrando como essa dinâmica é parte essencial da identidade familiar.
O casal já se envolveu em apostas divertidas, como a vez em que apostaram que o perdedor teria que lavar a roupa, resultando na vitória de Gleison e na derrota do Paysandu. Essas interações divertidas tornam a rivalidade uma fonte de alegria e aproximação.
Já Vitor Hugo e Letícia enfrentam um dilema semelhante em relação ao futuro da torcida do filho. Vitor expressa que, apesar das dificuldades, gostaria que o filho torcesse pelo Paysandu, enquanto Letícia defende que a preferência deve ser pelo Remo. Essa disputa amigável ilustra a intensidade da rivalidade que permeia suas vidas.
Eles também se envolvem em apostas, como a vez em que ele apostou contra o acesso do Remo e Letícia apostou no rebaixamento do Paysandu. Essas apostas não apenas trazem leveza ao relacionamento, mas mostram como a rivalidade pode se transformar em momentos de interação e diversão, criando uma conexão única entre o “amar” e futebol.
Os dois casais demonstram que, mesmo em meio a rivalidades intensas, a paixão pelo esporte se torna uma oportunidade para fortalecer laços familiares. Em relação aos filhos, enquanto Gleison e Selma lidam com a tradição da torcida, Vitor e Letícia enfrentam o dilema da escolha. No fundo, todos compartilham a mesma essência: o amor pelo futebol como um vínculo que une e diverte, independentemente da camisa que se veste.
Créditos: Walbert Monteiro
Curiosidades do clássico
O Re-Pa, popularmente conhecido como o clássico "Rei da Amazônia", possui algumas curiosidades exclusivas e interessantes, como o fato de que os Estádios Baenão e Curuzu possuem uma distância de apenas 200 metros entre si, sendo a distância mais curta entre clubes rivais do Brasil e a segunda do mundo todo. Um recorde que o confronto possui é o de clássico mais disputado do mundo, com 775 jogos confirmados. O Remo tem uma leve vantagem nesses confrontos, com 268 vitórias, 25 vitórias a mais que o rival, que possui 243 vitórias.
Outro Recorde que o Re-Pa pode chamar de seu é o de maior tabu do mundo, com 33 jogos invictos do Remo. A hegemonia durou quatro anos e seis meses, de 1993 a 1997.
Em 2016, com a lei estadual nº 8.358, o clássico mais disputado do mundo foi enfim declarado patrimônio cultural imaterial do Pará, ficando ao lado de eventos históricos e importantes para o povo paraense, como carimbó e o Círio de Nazaré.
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